O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial da inflação no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial do país desacelerou para 0,71% em março, ficando abaixo dos 0,84% registrados em fevereiro. Essa desaceleração ocorreu após seis meses consecutivos de aumento da inflação.
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou alta de 4,65%, enquanto no ano, a inflação acumulou uma variação positiva de 2,09%. No entanto, os números ficaram abaixo do que era esperado, já que a previsão era de uma inflação de 0,77% no mês e de 4,70% na comparação anual.
Pressão inflacionária
Apesar da desaceleração em março, a inflação ainda apresenta pressões em alguns setores da economia, como é o caso do grupo de Transportes, que foi o responsável pelo maior impacto e maior variação.
O aumento da gasolina foi o destaque, tendo uma variação de 8,33% no mês e sendo o subitem com maior impacto individual no índice de março, trazendo grande peso na alta verificada em Transportes. O etanol também subiu, registrando uma variação de 3,20%. O aumento foi influenciado principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês.
Já o gás veicular e o óleo diesel continuaram em queda em março.
Na sequência, tivemos os setores de Saúde e Cuidados Pessoais e Habitação, que apresentaram desaceleração em relação ao mês de fevereiro, contribuindo com variações menores para a alta. Em contrapartida, o grupo de Artigos de Residência foi o único a apresentar queda neste mês, após registrar alta em fevereiro.
O grupo de Saúde e Cuidados Pessoais teve um impacto principalmente devido à alta dos planos de saúde, que continuam incorporando as parcelas mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023.
Perspectivas para a inflação
Segundo o último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a expectativa é que o IPCA encerre o ano em 5,98%, acima da meta estabelecida de 4,75%. Isso significa que a inflação poderá continuar pressionada e acima do limite estabelecido. No entanto, os dados mostram que a economia brasileira ainda enfrenta pressões inflacionárias, o que pode levar a aumentos de juros por parte do Banco Central no futuro próximo.